Docentes negam pedido de excepcionalidade do CAp
7 Jul Na reunião da unidade realizada nesta segunda-feira, 6/7, os professores rejeitaram o pedido de excepcionalidade feito pelas famílias para garantir a continuidade das aulas no colégio, para todos os anos, durante a greve de docentes da UFRJ.Em votação apertada, precedida por uma reunião de mais de 4 horas com direito a fala e observação dos pais, a não excepcionalidade ganhou por diferença de 10 votos, sendo 32 contra o pedido das famílias, 22 a favor e quatro abstenções.
Apenas os alunos do 3º ano do EM continuam em aula e têm garantido o cumprimento do atual calendário escolar. Para as demais turmas as aulas estão suspensas.
O CAp UFRJ inicia a terceira greve em cinco anos, sendo as duas últimas em 2011 (20/Abril a 11/Ago) e 2012 (17/Maio a 10/Set) contabilizando, ambas, 225 dias seguidos sem aula.
Foi a primeira vez que os pais puderam participar de uma assembleia de professores do CAp. Abaixo registramos alguns argumentos dos professores contra e a favor da excepcionalidade pedida pelos pais:
Argumentos a favor do pedido de excepcionalidade:
– Positivo engajamento dos pais em defesa da pauta dos docentes;– Perspectiva de articulação com os pais para extrair mais conquistas;
– Prejuízo pedagógico de sucessivas greves no Cap UFRJ;
– Suspensão da recuperação;
– Divisão da universidade em relação à greve 2015 permite a defesa da excepcionalidade;
– Reposição no CAp UFRJ é dura, longa e traz transtorno ao calendário;
– Em 2012, o então presidente da ADUFRJ, Mauro Iasi, também admitiu a excepcionalidade do CAp na greve de docentes da UFRJ;
– Situação desigual dos alunos do CAp;
– Reposição aos sábados é ruim e não ocorre de maneira plena;
– Greve começou mal, com pauta pouco clara e carece de avaliação política. Deve-se discutir estratégia, prática, porque há o risco de se entrar num “poço sem fundo”;
– A prudência indica a necessidade de se fechar o 1º semestre;
– Necessidade de construção de luta coletiva;
– A excepcionalidade do CAp não é inédita. (Não citou quando, nem se para todos os anos);
– A excepcionalidade não representa o embate entre política e conteúdo. Até porque o concurso para professor do CAp é dificílimo e exige muito conteúdo. Ambos são importantes e partes do trabalho docente. Esta contradição não existe.
– UFRJ esta rachada. CAp UFRJ esta rachado. A excepcionalidade no CAp pode construir o consenso.
– Aumento do risco de jubilação dos alunos do 1º ano EM que apresentam deficiência acumulada pela má absorção de conteúdo em outros anos;
– Não há clareza sobre como vai se sair da greve.
Argumentos contra o pedido de excepcionalidade:
– Greve dos servidores traz insegurança às crianças e excepcionalidade exigiria compromisso dos professores para estar presente no recreio e corredores durante as atividades;– Excepcionalidade encobre vontade de não fazer greve. Docente que não desejava a greve deveria ter ido votar na assembléia geral no Fundão, em 3/7;
– Defesa do direito de greve;
– Impossibilidade de conciliar a excepcionalidade da greve no CAp com as atividade de greve que são importantes para o sucesso do movimento;
– Excepcionalidade é perigosa pelo precedente que abre em futuras greves;
-Pais dizem que apóiam e entram no MPF pelos 200 dias com relação aos terceirizados;
– A importância do CAp UFRJ na discussão da valorização da Educação Básica e da adesão à greve como prova de força deste segmento docente;
– O novo reitor da UFRJ, Roberto Leher, precisa dessa greve forte;
– A falta de consenso na greve sempre existiu e não é justificativa para acatar pedido de excepcionalidade;
– Discorda que houve prejuízos para os alunos nas greves de 2011 e 2012 porque o CAp, a partir daquelas paralisações, reduziu o número vergonhoso de professores contratados que era de 60%.
– A greve é contra a precarização no CAp, onde não há telefone, faltam técnicos administrativos etc. Denuncia que o MEC cortou o repasse de verba de merenda para o CAp UFRJ e a direção está arcando com a despesa para garantir a alimentação das crianças e jovens;
Obs.:
– A excepcionalidade para o 3º ano EM foi consenso entre todos os professores do ano. O argumento defendido foi que desconsiderar o calendário de provas para acesso às universidades iria impor prejuízo irremediável aos alunos que estão concluindo o Ensino Médio.– Foi comentada a divergência de opinião dos professores do CAp UFRJ em relação à tese da excepcionalidade, já cogitada por eles antes do pedido formal dos pais, e o impacto que este “racha” provoca na convivência diária na escola. O clima de animosidade é perceptível na sala dos professores e gera mal estar entre os docentes com visões antagônicas;
– Tipos de excepcionalidades citadas: turnos mais curtos; dias de aulas alternados; atividades para casa; fechar o semestre; construir calendário alternativo a partir de agosto; promover reunião sobre o que é excepcionalidade para informar melhor os docentes e avançar no deba sobre o tema. Participariam professores do CAp UFRJ; lideranças sindicais de professores (ADUFRJ, SEPE, Sindscope etc), pais, autoridas no assunto a serem convidadas etc.
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